Privacy by Design no IAM e IDM

Publicado

Por

Oerton Fernandes

Salvaguardando a Privacidade com Eficiência

Em um cenário digital onde os dados são o recurso mais valioso, a Identity Management – IDM (Gestão de Identidades) e a Identity and Access Management – IAM (Gestão de Identidades e Acessos) desempenham um papel central nas operações de negócios. No entanto, o crescente foco na proteção da privacidade dos dados pessoais exige que esses sistemas incorporem, desde o início, os princípios do “Privacy by Design” (Privacidade por Design).

A implementação bem-sucedida do Privacy by Design em projetos de IAM e IDM é crucial para proteger a privacidade dos dados pessoais dos usuários em um mundo digital cada vez mais complexo. Ao considerar as boas práticas de privacidade desde o início nesses projetos, as organizações podem atingir um alto nível de conformidade regulatória, mitigar riscos e construir confiança com os clientes.

A integração do Privacy by Design no IAM e IDM coloca em primeiro plano a proteção da privacidade do usuário. Em uma pesquisa recente, 87% dos consumidores expressaram preocupações sobre como suas informações pessoais são tratadas online. Outro fator importante são as regulamentações de privacidade, como o GDPR na União Europeia e a LGPD no Brasil, que não são apenas diretrizes; são obrigações legais. O não cumprimento dessas regulamentações pode resultar em multas substanciais e perda de confiança, e o Privacy by Design ajuda as organizações a manter a conformidade desde o estágio inicial do projeto.

Em outra pesquisa recente, 93% dos consumidores desejam ter controle sobre como seus dados pessoais são coletados e usados, enfatizando a importância de respeitar a vontade do usuário, e os sistemas IAM e IDM projetados com o Privacy by Design possibilitam uma gestão eficaz do consentimento do usuário. 

Boas Práticas na Implementação do Privacy by Design

A implementação bem-sucedida do Privacy by Design em projetos de IAM e IDM é crucial para proteger a privacidade dos dados pessoais dos usuários em um mundo digital cada vez mais complexo. Ao considerar as boas práticas de privacidade desde o início desses projetos, as organizações podem atingir um alto nível de conformidade regulatória, mitigar riscos e construir confiança com os clientes.

Uma das práticas mais essenciais é a minimização de dados. Isso envolve a coleta e retenção apenas das informações estritamente necessárias para cumprir uma finalidade específica. Ao adotar essa abordagem, as organizações evitam a coleta excessiva de informações pessoais, reduzindo o risco de violações de dados e garantindo que os dados sejam tratados com parcimônia. Outro ponto crucial é a implementação de criptografia de dados, uma medida de segurança que protege os dados pessoais em repouso, em trânsito e durante o processamento. A criptografia garante que mesmo em caso de violação, os dados permaneçam inacessíveis a terceiros não autorizados, preservando a confidencialidade dos dados pessoais.

Outro fator que corrobora na segurança, similar aos conceitos de minimização e criptografia de dados, é a anonimização de dados é uma técnica valiosa ao lidar com análises ou pesquisa de dados pessoais. Ela transforma informações pessoais em formas que não podem ser associadas a indivíduos específicos. Ao aplicar a anonimização em sistemas de IAM e IDM, os dados podem ser usados para fins analíticos sem comprometer a privacidade do usuário.

Importante frisar que um controle de acesso rigoroso, fundamental para garantir que apenas indivíduos autorizados tenham acesso aos dados pessoais, em conjunto com as tecnologias de autenticação de dois fatores (2FA) e políticas de acesso baseadas em funções (RBAC), são fundamentais para limitar o acesso somente às pessoas que necessitam ter acesso às informações corretas para realizar suas tarefas, reduzindo significativamente o risco de acesso não autorizado e vazamentos de dados.

Mesmo com a aplicação de todos estes controles, técnicas e procedimentos, é de suma importância estabelecer um sistema de auditoria e monitoramento contínuo, necessário para verificar o cumprimento das políticas de privacidade e identificar qualquer atividade suspeita, bem como revisar regularmente as políticas, procedimentos e medidas de segurança em sistemas IAM e IDM. Isso garante que eles permaneçam alinhados com as mudanças nas regulamentações, ameaças cibernéticas e necessidades dos usuários, garantindo a proteção contínua da privacidade.

A incorporação das boas práticas de Privacy by Design em projetos de IAM e IDM não apenas atende às obrigações legais, mas também fortalece a confiança do cliente e a reputação da organização. Elas asseguram que os dados pessoais dos usuários sejam tratados com responsabilidade e cuidado, contribuindo para um ambiente digital seguro e protegido.

E quais os benefícios concretos do Privacy by Design no IAM e IDM?

Os benefícios da aplicação dos conceitos de Privacy by Design no IAM e IDM são diversos, mas podemos destacar:

  1. Proteção da Reputação: Salvaguardar a privacidade dos usuários contribui para a manutenção da reputação da organização. Pesquisas demonstram que 74% dos consumidores deixariam de fazer negócios com uma empresa após uma violação de dados.
  2. Cultivo da Confiança: A confiança do cliente é a base do sucesso. Estatísticas revelam que 85% dos consumidores só compartilham informações pessoais com empresas nas quais confiam.
  3. Redução de Riscos e Penalidades: A incorporação do Privacy by Design reduz significativamente os riscos de violações de dados e as pesadas penalidades associadas à não conformidade com regulamentações de privacidade.

Em síntese, a adoção do Privacy by Design no IAM e IDM transcende a conformidade regulatória; é um ativo estratégico essencial para qualquer organização que valoriza a privacidade dos seus usuários. Ao integrar princípios de privacidade desde o início de seus projetos, as empresas podem colher os benefícios de uma reputação sólida, confiança do cliente e mitigação de riscos, garantindo que a privacidade permaneça no centro da sua estratégia de tecnologia e inovação.

Oerton Fernandes

Graduado em administração de empresas e tecnologia de processamento de dados com pós-graduação em Direito Digital pela EBRADI e Perícia e Análise Forense em Cibercrimes pelo IDESP-SP. Membro da Comunidade Brasileira de Tecnologia da Informação e Segurança - CBTSi, dos Comitês de Governança, Riscos e Compliance e Privacidade e Proteção de Dados Pessoais da Associação Nacional dos Advogados de Direito Digital - ANADD, do Comitê de Privacidade - PrivacyBR, da Comissão Especial de Proteção de Dados Pessoais, Comissão de Direito Digital e Comissão de Perícias - OAB-SP, e representante municipal do Conselho Regional de Administração - CRA-SP.Especialista em Segurança da Informação, Crimes Cibernéticos, Riscos e Proteção pela ACADEPOL-MG, DPO EXIN, CIPM e CDPO-br Iapp, Perito Judicial pelo Conselho Nacional de Peritos Judiciais, Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e Conselho Regional de Administração - SP , membro da Associação de Investigação Criminal de Alta Tecnologia - HTCIA e da Associação Nacional dos Peritos em Computação Forense - APECOF.Auditor líder certificado especializado em processos de auditoria em sistemas de gestão de segurança da informação (ISMS) baseados nas normas ISO/IEC 27001 e ISO/IEC 19011, com habilidades em gestão de equipes de auditores, procedimentos e técnicas de auditoria amplamente reconhecidos, considerando os princípios e conceitos fundamentais de segurança da informação, auditoria e gestão do programa de auditoria da ISO 27001 e NIST.Especialista em processos de consultoria, adequação e manutenção na proteção de dados pessoais, suporte técnico e jurídico, e no desenvolvimento de projetos, monitoramento e fiscalização do cumprimento das leis de proteção de dados (LGPD e GDPR) e normas do setor, bem como em auditorias envolvendo dados pessoais, simulação e testes garantindo o funcionamento do plano de resposta a incidentes, atuando em incidentes de violação de dados pessoais, gerenciamento de projetos e gerenciamento de mudanças.Perito forense digital e assistente técnico responsável pela coleta, preservação e análise de provas digitais, esclarecendo ações envolvendo transações, negociações, fatos, fraudes e crimes cibernéticos, conduzindo processos de resposta e investigação, relatórios e pareceres técnicos e análises por meio de testes de intrusão preto e cinza testes.Professor, instrutor e palestrante em segurança da informação e proteção de dados, EXIN credenciado em Data Protection Officer - DPO, ISO/IEC 27001 - ISFS, ISO 27701, Privacy & Data Protection Foundation - PDPF e Privacy & Data Protection Practitioner - PDPP e Iapp e CDPO .

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